Única modalidade do Hipismo do Programa Paraolímpico, o Adestramento Paraequestre é a 8ª disciplina esportiva da Federação Equestre Internacional (FEI), sendo praticada por pessoas portadoras de necessidades especiais (PPNE).
Os benefícios da equitação terapêutica são conhecidos desde 460 a.C. e sua prática adotada nos países europeus ao longo da história. A partir da década de 1970, no entanto, esta forma de reabilitação física e social de pessoas com alguma deficiência ganhou também o status de competição por iniciativa de países como Escandinávia e Grã Bretanha. Nascia o Adestramento Paraequestre.
Vários países do Continente e a América do Norte adotaram a modalidade que em 1984 foi apresentada na Paraolimpíada de Nova York. No entanto, o número insuficiente de participantes acabou tirando o esporte das Paraolimpíadas de 1988, 1992 e 1996. O Adestramento Paraequestre só voltaria a fazer parte da programação nos Jogos de 2000, em Sidney, Austrália.
Hoje, o Adestramento Paraequestre marca presença em 40 países e é praticado por atletas com diferentes tipos de deficiência.
No Brasil, a equitação terapêutica foi adotada também na década de 1970 e entre os pioneiros estavam a fisioterapeuta Gabriele B. Walter e o Centro Equestre do Torto, na Granja do Torto, em Brasília (DF). O conceito esportivo, no entanto, só se concretizou a partir de 2000 com promoção de cursos pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) que passou a regulamentar o esporte a partir de 2002.
Objetivando agrupar tipos de deficiência semelhante, os atletas paraequestre são divididos em quatro classes: Grau I (Ia e Ib), Grau II, Grau III e Grau IV. Confira
Grau Ia - o atleta faz sua reprise ao passo;
Grau Ib - o conjunto se apresenta no passo e trote;
Grau III - o atleta compete no passo, trote e galope;
Grau IV - o competidor faz sua apresentação no passo, trote e galope com trabalho lateral.
As provas de Adestramento Paraequestre obedecem a critérios conforme a competição. Em campeonato, por exemplo, atletas apresentam movimentos pré-determinados pelo Comitê Internacional Paraeqüestre (IPEC). Nas apresentações “Estilo Livre” (Kur) os atletas criam suas “rotinas” (figuras, no Adestramento Clássico) incorporando movimentos exigidos pelo IPEC de modo a demonstrar harmonia entre o cavaleiro e sua montaria. Existem, ainda, as “duplas livres”, competição opcional em que atletas executam rotinas (figuras) aos pares. Para um país participar como equipe em competições internacionais é obrigatório que o time seja formado por 3 ou 4 atletas, onde pelo menos um deles deve pertencer ao Grau I ou II.